Maria da Fé

Maria da Fé é um município brasileiro do Estado de Minas Gerais. Sua população estimada em 2009 é de 14.637 habitantes. Maria da Fé é conhecida como a cidade mais fria do Estado de Minas Gerais. No inverno as temperaturas mínimas podem descer abaixo de 0°C.

O município está localizado em plena Serra da Mantiqueira bem próximo à estância paulista de Campos do Jordão e às mineiras do chamado Circuito das Águas. O turismo é ainda incipiente, mas existem possibilidades de turismo rural, com passeios a cavalo e comida de fogão a lenha.

Seus principais bairros e distritos são: Pinto Negreiros, Mata do Izidoro, Posses, Ilha e São João. Na cidade, a Igreja Matriz de Nossa Senhora de Lourdes possui murais de Pietro Gentilli, pintor italiano que também possui obras em Americana (Estado de São Paulo) e Mariana (Minas Gerais). A cidade também possui um Centro Cultural, onde estão disponíveis informações históricas e turísticas sobre o município e também a Casa do Artesão, um espaço criado para a exposição de trabalhos de artesanato da cidade.

Na praça Getúlio Vargas estão algumas das mais antigas oliveiras da cidade, conhecida nacionalmente como Cidade das Oliveiras, já que a fazenda experimental de Maria da Fé da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) é a única produtora de mudas de oliveira do Brasil, e que deu origem a duas variedades de oliveiras genuinamente brasileiras, resultadas de cruzamentos e anos de pesquisas da instituição: a JB e a Maria da Fé.


História

"Procurar o vale do Sapucaí, alto do vale, o alto dos Campos do Jordão, depois da Serra da Mantiqueira, passando por Campos e planaltos cobertos de araucárias." Teria sido este, em largos traços, o itinerário estabelecido pela bandeira de Antônio Kivet, ainda em 1579. Tal itinerário coincide inteiramente com a região onde está o município de Maria da Fé. Contudo, só se têm efetivas notícias de uma efetiva colonização da região quando a fazenda Maria da Fé instala, junto à sede de seu estabelecimento, um povoado chamado Campos de Maria da Fé, por volta de 1815.

O nome do município tem duas possíveis origens: a primeira homenagearia uma mulher empreendedora e enérgica, que dirigia a fazenda e seus negócios. A outra seria a de uma jovem bonita, vinda com uma das bandeiras que cruzaram aquelas paragens e que teria se casado com o cacique Jiquitibá, por ter ele concordado em desvendar o segredo das minas de ouro da região para exploradores. Como esposa do cacique, ela teria feito erigir um grande cruzeiro de madeira, símbolo de sua fé, convertendo a tribo à religião cristã.

Por especial empenho de seus moradores mais influentes, o povoado passou a distrito e foi incorporado ao município de Cristina, em 27 de junho de 1859, com o nome de Maria da Fé. O município foi legalmente criado em 30 de agosto de 1911, desmembrando-se do município de Pedra Branca (hoje Pedralva), e instalado em 1º de junho de 1912, formando sua primeira Câmara Municipal.

De acordo com o Ministério da Justiça, o município de Maria da Fé registra um assassinato a cada meio século (50 anos). A delegacia da cidade não tem sequer cadeia. O policial nunca precisou sacar a arma para um criminoso.


Fauna e flora

Os tipos de árvores que mais se destacam no município são os eucaliptos, os pinheiros-do-paraná ou araucárias e os Pinus elliottii. Há ainda o muchoco, o manacá-da-serra, a quaresmeira, o ipê-amarelo, a capororoca, o araticum, a candeia, o cambuí, samambaias, fáfia, jerivá, araçá, cedro e angico. Em processo de extinção na região, há ainda o pinheiro-bravo. Matas ciliares (ou matas galerias) também estão presentes no município. São matas que acompanham os rios e riachos, importantes para manter as correntes de água e reduzir efeitos de erosão.
O município tem animais como a capivara, o periquito e a maritaca.


Relevo

Maria da Fé localiza-se na região Sul de Minas Gerais, na Serra da Mantiqueira, acima de 1.000 m de altitude, uma região caracterizada pela predominância de morros escarpados. A sede do município está a 1.258 m de altitude e o ponto culminante é o Pico da Bandeira, a 1.683 m. acima do nível do mar, de onde se pode avistar toda a cidade e também algumas cidades vizinhas como, por exemplo, São José do Alegre, Pedralva ou Itajubá. De lá também pode-se ver o Pico dos Marins, o Laboratório Nacional de Astrofísica em Brazópolis e a própria Serra da Mantiqueira. O relevo é predominante montanhoso, 88% da área do município sendo constituída dos chamados "mares de morros", típicos da região; o restante é composto por 10% de planalto ondulado e 2% de relevo plano. Em Maria da Fé, as formações rochosas são de rochas sedimentares formadas por areia, argila, calcário e arenito e por rochas magmáticas, principalmente granitos. Além de comporem a paisagem, as rochas são utilizadas para calçar as ruas, revestir as casas e modelar de peças de artesanato e decoração.


Hidrografia

Maria da Fé possui três ribeirões: Cambuí, Sabará e Pintos Negreiros. O Ribeirão Cambuí abastece o município, sendo sua água captada pela COPASA. Possui várias nascentes nos bairros da Grota, Marmeleiro, Tijuco Preto, Campo Redondo, Alecrim, EPAMIG, Pomária e outros. O Ribeirão Cambuí atravessa a sede e também os bairros São João e Coitos. Durante o seu percurso possui algumas cachoeiras, sendo a mais notável a do Véu de Noiva, que entretanto está hoje poluída pelos esgotos da cidade.





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