Exposição: Rogério Barbosa, Poços de Caldas
O Instituto Moreira Salles de Poços de Caldas apresenta, a partir de 5 de novembro, às 20h, a exposição Rogério Barbosa – Fronteira movediça, com trabalhos recentes do artista, uma retrospectiva dos seus trabalhos em papel dos últimos 10 anos.
A carreira artística de Rogério Barbosa se iniciou aos 17 anos, quando ele decidiu deixar sua cidade natal, Pouso Alegre, para estudar artes plásticas em São Paulo. Filho de agricultores da região, enfrentou o desafio da mudança radical de partir para uma grande cidade e lidar com um assunto em si bastante complexo e subjetivo. Cursou a Escola Panamericana de Arte entre 1987 e 1990 e, voltando a Pouso Alegre, passou a lecionar arte e história da arte em escolas da rede particular de ensino, atividade que exerceu até 2002. Nesse período, manteve contatos com instituições de arte em São Paulo e frequentou o ateliê de pintura do MuBE (Museu Brasileiro da Escultura), em oficinas ministradas pelos artistas Carlos Fajardo e Dudi Maia Rosa, que muito contribuíram para suas escolhas no campo da arte contemporânea. Participou de diversas exposições e salões, sendo a última individual na galeria Baró Senna, em São Paulo.
Os trabalhos de Rogério Barbosa estabelecem-se nos limites fugidios entre desenho e pintura. Por vezes, o desenho atravessa a matéria pictórica ou sobrepõe suas cores econômicas e terrosas. O desenho se afirma quase abstrato, ainda que contenha resquícios de uma figuração recorrente, como pequenas memórias, espécies de índices, ora orgânicos, ora construtivos. Em outros trabalhos, a pintura, somada ao uso de materiais pouco convencionais como verniz, asfalto e terra, dissolve as arestas do desenho, como se quisesse rebaixá-lo, sem, no entanto, descaracterizá-lo. Frente a esse embate, torna-se necessário que o observador transite entre os dois universos, ciente de que as tensões estabelecidas entre eles se somam como qualidade plástica. Mais importante do que engessar os trabalhos numa ou noutra categoria, talvez seja deixar-se levar pela carga emocional que suscitam e ouvir os ruídos que provocam nos nossos sentidos, algo como um galho seco riscando o chão duro de uma estrada de terra.
Vernissage: 5 de novembro de 2011, às 20h
Exposição: de 6 de novembro de 2011 a 8 de janeiro de 2012.
Horário de visitação: de terça a domingo, das 13h às 19h
Chalé Cristiano Osório / Instituto Moreira Salles – Poços de Caldas
Rua Teresópolis, 90, Jardim dos Estados; tel.: (35) 3722-2776
Entrada franca; estacionamento gratuito no local
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Fonte: ims.uol.com.br/radio/D810o